domingo, 24 de fevereiro de 2019

I Encontro de Educação Profissional e Tecnológica do IFAL-Campus Marechal Deodoro



No dia 06 de agosto de 2018, foi publicada a Portaria nº 133, constituindo a Comissão de Estudos para Reestruturação dos Projetos dos Cursos Técnicos do IFALCampus Marechal Deodoro. Este evento é organizado pela Comissão de Estudos para Reestruturação dos Projetos dos Cursos Técnicos do Campus Marechal Deodoro para fomentar debates, estudos e formação continuada dos servidores do Campus, com temas em Educação Profissional e Tecnológica.

PÚBLICO-ALVO Docentes e técnicos-administrativos ligados ao Ensino, lotados no Campus Marechal Deodoro. 

OBJETIVOS 
  • Possibilitar aos servidores do Campus Marechal Deodoro a apropriação e o desenvolvimento de conhecimentos acerca das especificidades da Educação Profissional e Tecnológica; 
  • Promover debates sobre o Ensino na Educação Profissional e Tecnológica, possibilitando o enfrentamento de problemáticas atuais a partir de ações críticas e efetiva.


https://doity.com.br/i-encontro-de-educao-profissional-e-tecnolgica-do-ifal-md

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

ENSINO DE CIÊNCIAS: REFLEXÕES EPISTEMOLÓGICAS PARA FORMAÇÃO DE SUJEITOS CIENTIFICAMENTE ALFABETIZADOS

Diante de novos desafios tecnológicos, pesquisas e descobertas científicas, faz-se   necessário compreender o conhecimento científico como uma construção complexa, dinâmica e integrada da prática social. Neste sentido, o saber científico é construído por um sujeito inserido no contexto social e histórico, concebido através de uma educação voltada para a argumentação com fundamentos éticos, morais, valorizando assim a subjetividade do indivíduo.  O presente trabalho é de caráter teórico-reflexivo e apresenta um debate sobre a contribuição do Ensino de Ciências no desenvolvimento da produção de saberes científicos  e sua relevância no processo de formação de indivíduos cientificamente alfabetizados. Para tanto, optamos por trazer à tona discursões a partir de uma interlocução entre a epistemologia da complexidade na percepção de Gáston Bachelard e Edgar Morin e a  teoria  sócio-cultural de Lev Vigotsky. As problematizações que provocaram esta pesquisa, nos conduz a uma reflexão sobre o desenvolvimento da produção do conhecimento científico e seu entrelaçamento na resolução de questões do cotidiano; a contribuição do Ensino de Ciências na produção de saberes científicos, suas implicações no contexto sociocultural e sua relevância na formação de sujeitos cientificamente alfabetizados. Desta forma, o trabalho firma suas bases teóricas apresentando uma interlocução entre a teoria sócio-cultural de Vigotsky e a epistemologia do pensamento complexo na visão de  Gastón Bachelard e Edgar Morin. Vigotsky em suas pesquisas buscou compreender os processos de formação do desenvolvimento humano na sua dimensão filogenética, histórico-sócial e ontogenética. Sua  teoria histórico- cultural propõe uma formação das funções psíquicas superiores como internalização mediada da cultura e, postula um sujeito social que não é apenas ativo mais, sobretudo interativo. Apesar de Bachelard em sua epistemologia histórica ter observado  aspectos relevantes do pensamento científico que fazem parte da complexidade, foi Edgar Morin, filósofo da ciência, que aprofundou o pensamento complexo, através dele a epistemologia da complexidade se desenvolveu. Bachelard  e Morin ao apresentarem  sua visão de ciência e de construção do conhecimento, convergem em diversos aspectos, dentre eles, a crítica ao rigor científico e aos princípios da ciência clássica.  Bachelard propõe uma reorganização do sistema do saber, ao conceber a superação dos obstáculos epistemológicos como primordial para o avanço do pensamento científico. Assim, o ensino de Ciências deve subsidiar para o aluno uma formação científica voltada para sua participação ativa na sociedade, tarefa desafiadora para pesquisadores e educadores.
Palavras-chave: Ensino de ciências, formação científica, saberes científicos 

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

EDUCAÇÃO INTEGRAL: valorizando a cultura nos espaços educativos - COLÓQUIO INTERNACIONAL PAULO FREIRE - 16 A 19 de setembro de 2010, UFPE

EDUCAÇÃO INTEGRAL: valorizando a cultura nos espaços educativos
Cristiane Simões Santos[1]
Edileuza Maria Maciel[2]
 Thatyana Angélica dos Santos Silva[3]
Secretaria Municipal de Educação de Maceió

O presente trabalho aborda a Educação Integral numa perspectiva de valorização cultural nos diversos espaços educativos. Parte-se da ampliação de tempos, espaços e oportunidades educativas que qualifiquem o processo educacional e melhorem o aprendizado do aluno. A escola incorpora diversas formas de conhecimentos e saberes resultado de um processo de criação e interpretação social, e nesse sentido a Educação Integral propõe a escola como agente mediador do diálogo, promovendo a interlocução com a comunidade. As escolas da rede municipal de Educação de Maceió, através do Programa Mais Educação, vem desenvolvendo um trabalho visando um processo de ensino e aprendizado mais profícuo por meio da ampliação do tempo de permanência do aluno na escola, mediante a oferta da Educação Básica em tempo integral. Nossos objetivos são: analisar a Educação Integral como possibilidade de formação integral do indivíduo, subsidiado por um currículo capaz de acolher a diversidade cultural nos espaços educativos; constatar os impactos sociais que as iniciativas de implantação de escolas de tempo integral têm provocado no município de Maceió vinculado ao Programa Mais Educação. A concepção de Educação Integral evidencia aspectos significativos para o desenvolvimento de saberes nas diversas áreas do conhecimento, considerando, entre outros, a valorização das diferenças, a sensibilidade como forma de expressão e a curiosidade como fonte de produção do conhecimento, aspecto evidenciado por Paulo Freire onde o teórico destaca a “curiosidade epistemológica” como instrumento de colaboração para a indissociabilidade entre o ensino e a pesquisa, visando à autonomia e à criticidade do sujeito. Buscam-se fundamentos nos 4 Pilares da Educação presentes no Relatório de Jacques Delords: aprender a conhecer, a fazer, a conviver e a ser.O novo mapa cultural, traçado pela diversidade e multiplicidade de atores sociais, reflexo de uma sociedade instável, em constantes mudanças, fomenta o contexto escolar, enquanto instituição formal do conhecimento sistematizado, a buscar novos espaços nos quais é possível aprender. Aos espaços educativos, são incorporados novos participantes, com novos arranjos educativos aberto às demandas de conhecimento e construção de novos objetos epistemológicos, consequentemente a sociedade pretende educar a si própria e às novas gerações para afirmar a cultura dos direitos humanos, estruturada na diversidade, na promoção da equidade étnico-racial, religiosa, cultural, territorial, de gênero, de orientação sexual, de opção política e de nacionalidade. Partindo do pressuposto que currículo é um documento de identidade, a pesquisa subsidiará reflexões significativas do teórico Silva (2004), enfatizando o currículo como relação de poder, na busca de uma identidade, de valores e possibilidades, posição também postulada por outros autores, entre outros, Moreira(2004), Peter McLaren (2000). Dessa forma, percebemos a educação de tempo integral como meio de afirmar a educação como direito de todos e de cada um e uma possibilidade de crianças, adolescentes e jovens vislumbrarem uma nova sociedade através dos diversos saberes. O programa mais educação é uma iniciativa do governo federal instituída pela portaria interministerial nº 17/2007 e traduz uma estratégia para induzir a ampliação da jornada escolar e a organização curricular, na perspectiva da educação integral. Vale destacar, que a escola de tempo integral não implica apenas em estender o tempo de permanência do aluno na escola, mas empregar qualidade, visando à formação integral do cidadão. Para isso, “a escola precisa incorporar em seu projeto político-pedagógico o formal, o não formal e o informal” (GADOTTI, 2009, p.35). Por isso, torna-se fundamental a instituição escolar considerar no bojo de sua proposta pedagógica as diversas culturas e saberes dos educandos, valorizando a comunidade em geral e seus espaços, reconhecendo as múltiplas dimensões do ser humano. O referido programa foi implantado no município de Maceió em 2008 com a adesão de oito escolas, em 2009 com mais quinze escolas e em 2009 vinte e seis escolas aderiram ao programa. Assim, a implantação do Ensino Integral em nosso município é uma experiência que está inserindo mais de 5000 (cinco mil) alunos em diversas atividades como judô, capoeira, cultivo de horta, handebol, dança, teatro, xadrez, banda fanfarra entre outras, que os incentivam nos inúmeros saberes e mais qualidade de vida. Com essa vivência, percebemos que diminuiu o índice de evasão, os alunos têm prazer de permanecerem na escola, o rendimento escolar e a auto-estima aumentaram significativamente. Portanto, apesar dos desafios encontrados, o programa mais educação tem sido muito positivo para vários estudantes do município de Maceió, erradicando o trabalho infantil e proporcionando melhorias de vida.
Bibliografia
GADOTTI, Moacir. Educação integral no Brasil: inovações em processo. São Paulo: Editora Paulo Freire, 2009
MCLAREN, Peter. Pedagogia revolucionária em tempos pós-revolucionários: repensar a economia política da Educação crítica. In IMBERNÓN, F. (org) A educação no Século XXI: os desafios do futuro imediato. 2ª edição. Porto Alegre: ARTMED, 2000
MOLL, Jaqueline. Educação integral e reinvenção da escola: elementos para o debate a partir do programa mais educação. In convergências e tensões no campo da formação e do trabalho docente. Textos selecionados do XV ENDIPE – Encontro Nacional de Didática e Prática de Ensino. Belo Horizonte: Autêntica, 2010.
MOREIRA, Antonio Flávio Barbosa. Currículo, Diferença Cultural e Diálogo. Educação & Sociedade. Ano XXIII, nº 79, agosto de 2002, páginas 1-24.
SILVA, Tomaz Tadeu da. Documentos de Identidade: uma introdução às Teorias do Currículo. 2ª edição. Belo Horizonte: Autêntica, 2004.
Palavras-chave: educação integral, programa mais educação, cultura.




[1] Técnica Pedagógica da Secretaria Municipal de Educação de Maceió, Tutora à distância do curso de Pedagogia da Universidade Aberta do Brasil/UFAL, licenciada em Pedagogia, Especialista em Educação Ambiental e Sanitária
[2]  Técnica pedagógica da Secretaria Municipal de Maceió, coordenadora do programa mais educação no município de Maceió, especialista em educação
[3] Técnica Pedagógica da Secretaria Municipal de Educação de Maceió, Colaboradora do Programa Mais Educação, Licenciada em Pedagogia, Mestra em Educação pela Universidade Federal de Alagoas

domingo, 9 de maio de 2010

ARTIGO CIENTÍFICO

TUTORIA ONLINE UMA EXPERIÊNCIA NO CURSO DE PEDAGOGIA A DISTÂNCIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS: AVANÇOS E DESAFIOS


Este artigo trata do relato das experiências de tutoria no Curso de Pedagogia na modalidade a distância pela Universidade Aberta do Brasil (UAB) na Universidade Federal de Alagoas (UFAL). O interesse pela temática da Tutoria Online no Curso de Pedagogia/UFAL/UAB foi despertado pelo contato recente na coordenação de tutoria durante o semestre letivo de 2009, com diferentes conotações, a saber: educação a distância (EAD), a implantação da EAD na UFAL, criação do Núcleo de Educação a Distância (NEAD), projeto do curso de Pedagogia, programas de formação de tutoria, o que é ser um tutor online, funções, relato das experiências, acompanhamento sistemático do trabalho de tutoria.

Palavras-chaves: Tutoria Online; Educação a Distância; Experiências.
 
 
 Revista EDaPECI - Educação a Distância e Práticas Educativas Comunicacionais e Interculturais
ISSN 2176-171X, Ano II - Nº4 – abril de 2010

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

"Quem sou como professor e aprendiz"

O século XXI iniciou-se em tempos de globalização, modernização das atividades produtivas e novas tecnologias.A sociedade passa por uma transformação sócio-política e cultural, que exige um novo perfil do profissional da educação.
Tal século conhecido como “Século do Conhecimento”, traz um novo paradigma como princípio norteador da educação, a “incerteza”, é preciso aprender a conviver com a dúvida, buscar constantemente novas respostas e interpretar a informação, construindo a partir dela, novos conhecimentos. È preciso formar para atuar numa sociedade em constante mudanças, o fim da verdade absoluta, e a convivência com a diversidade de perspectivas em diversos aspectos sociais.
É notório que diante de tantas mudanças, faz-se necessário, um profissional com capacidade de auto-aprendizagem, com compreensão do processo, capacidade de observar, interpretar, tomar decisões e de avaliar resultados, domínio da linguagem técnica, capacidade de comunicação oral e escrita, disposição e habilidade para trabalhar em grupo, polivalência cognitiva e versatilidade funcional no trabalho além de um auto policiamento em termos de uma constante atualização.
Tais mudanças refletem na postura do educador, que hoje faz parte do processo educativo como mediador, e constrói novos conhecimentos junto com seus alunos partindo deste processo, partindo desta reflexão inicial, busco atender não só aos novos paradigmas educacionais, mas as necessidades profissionais e pessoais. O homem é um ser insatisfeito por natureza, em busca de respostas aos seus questionamentos e para solucionar os problemas existentes na vida cotidiana, estimula sua curiosidade desafiando o desconhecido, superando barreiras.
Como educadora sou uma eterna aprendiz, estou sempre estimulando minha curiosidade, para assim buscar soluções fundamentadas teoricamente para os problemas do cotidiano escolar. É importante salientar que essa curiosidade, definida por Paulo Freire como “curiosidade epistemológica”, é hoje a base do processo educativo, onde temos inúmeras fontes de informações, devido à expansão tecnológica, no entanto essa informação para que se torne conhecimento, precisa ser trabalhada e processada epistemologicamente. Vivemos no contexto escolar um desafio INFORMAÇÂO X CONHECIMENTO.
Para que seja superado este desafio do novo século, precisamos desenvolver a autonomia dos nossos alunos, para que ele busque desenvolver a capacidade de discernimento, seja pesquisador, tenha habilidade para interagir e transformar essas informações em conhecimento.
É preciso formar futuros cidadãos que sejam eternos aprendizes, mais reflexíveis e autônomos, com capacidade de enfrentar novos desafios, com competências cognitivas para dar sentido as informações, e fazer uso social delas.
Partindo desta reflexão, tenho direcionado meu trabalho para formentar nos alunos capacidade de gestão do conhecimento, para que eles concebam a aprendizagem como uma atividade contínua.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Os Sete saberes necessários à Educação do Futuro (Morin)


Os fundamentos propostos por (MORIN, 2001) com Os Sete Saberes necessários à Educação do Futuro, os quais a escola teria a missão de ensinar:

· As Cegueiras do Conhecimento: o erro e a ilusão – O conhecimento do conhecimento é fundamental para enfrentar a tendência ao erro e à ilusão.

· Princípios do Conhecimento Pertinente – O conhecimento precisa aprender os problemas globais e fundamentais para neles inserir os conhecimentos parciais e locais.

· Ensinar a Condição Humana – A educação deve fazer com que cada um tome conhecimento de sua identidade comum a todos os outros humanos. É preciso reunir os conhecimentos dispersos nas ciências da natureza, nas ciências humanas, na literatura e na filosofia para se obter uma visão integrada da condição humana.

· Ensinar a Identidade Terrena – É preciso ensinar a história da era planetária, que se inicia com o estabelecimento da comunicação entre todos os continentes no séc. XVI, e mostrar como todas as partes do mundo se tornaram solidárias, sem contudo, ocultar as opressões e a dominação que devastaram a humanidade e que ainda não desapareceram.

· Enfrentar as Incertezas – A educação deveria incluir o ensino das incertezas, seria necessário ensinar princípios da estratégia que permitissem enfrentar os imprevistos, o inesperado e a incerteza.

· Ensinar a Compreensão – O planeta necessita em todos os sentidos de compreensão recíproca. O ensino e a aprendizagem, pedem a reforma das mentalidades. O ensino da compreensão será a base para o desenvolvimento da paz.

· A Ética do Gênero Humano – A educação deve conduzir a antropoética, levando em conta o caráter ternário da condição humana, que é ser ao mesmo tempo indivíduo/sociedade/espécie.

Alfabetização e Letramento


Na década passada com a implementação das Políticas Públicas Educacionais no Brasil, viabilizou um grande número de crianças e adultos no contexto escolar, democratizando o acesso a escola, no entanto, um número significativo de educando não aprende a ler e escrever, outros, apesar de dominarem as habilidades do ler e escrever, não são capazes de utilizar à escrita e leitura na produção de textos na vida cotidiana e nem utilizar a leitura e escrita em situações práticas inerentes a uma sociedade letrada.
A UNESCO ao ter consciência que a alfabetização universal de crianças e adultos continua sendo um grande desafio de alguns países, numa iniciativa de contribuir com a erradicação do analfabetismo, entre outros países, o Brasil, situação essa que compromete o futuro do País, negando oportunidades às pessoas de um inserção social, instituiu a “Década das Nações Unidas para a Alfabetização” (2003-2012), alguns programas e projetos são desenvolvidos em busca da qualidade na Educação e fortalecendo a importância da alfabetização para o desenvolvimento social, cultural e econômico de uma nação. Entre outros programas, Iniciativa de Alfabetização para o Empoderamento, Implementação da Avaliação do Sistema Educacional do Estado de Alagoas, visando, subsidiar a implantação de políticas Públicas Educacionais voltadas para melhoria da Educação Básica em todo Estado.
O Brasil através de pesquisas, encontra-se no ranking dos países menos letrados. A região Nordeste, continua tendo um alto índice de analfabetos, apesar da taxa de alfabetização ter crescido nos últimos 10 anos. O MEC, através das suas avaliações para testar os estudantes e auferir a qualidade no ensino básico (ENEM, IDEB, Prova Brasil), tem nos revelado que crianças do ensino fundamental têm dificuldades para ler e para utilizar a escrita na produção de seus usos sociais. A alfabetização hoje é vista como fator principal do fracasso escolar, cujo índice, principalmente entre as crianças das camadas populares, evidencia uma ineficiência da escola.
Cabe a escola a função de tornar os indivíduos de uma sociedade “letrados”, fornecendo instrumentos para interagir ativamente com o sistema de leitura e escrita, potencializando os efeitos dessa conquista para outras conquistas (culturais, sociais e políticas), internalizando no indivíduo funções sociais nas suas atitudes.
Para refletirmos teoricamente o processo de construção da escrita, sob o ponto de vista da alfabetização e letramento, se faz necessário esclarecer que a alfabetização e letramento são processos diferentes, mas complementares, o grande desafio nas práticas educativas em contexto escolar é o de conciliar esses dois processos, de maneira que o educando compreenda e domine o sistema alfabético/ortográfico e tenha plena autonomia no uso efetivo da língua nas práticas sociais de leitura e escrita.
Segundo Soares apud Carvalho, 2006, alfabetização “é o processo de aquisição da “tecnologia da escrita”, isto é, do conjunto de técnicas-procedimentos, habilidades-necessárias para a prática da leitura e escrita (...)”, já o letramento “é o exercício efetivo e competente da tecnologia da escrita”
A escolarização está intimamente ligada ao processo de inserção da criança no mundo da leitura e escrita, possibilitando uma inserção mais democrática do sujeito nas sociedades letradas, no entanto, não significa que este processo só ocorra no contexto escolar, também se aprende a ler e escrever em instituições não escolares. A escolarização cumpre um papel fundamental na promoção de habilidades associadas à alfabetização e letramento, é através dela que qualquer atividade que vise à aprendizagem da leitura e escrita é legitimada.
Adquirir a leitura e escrita, ou seja, ser alfabetizado, não é o bastante, é preciso buscar a função social das linguagens orais e escritas. Segundo Val “a apropriação da escrita é um processo complexo e multifacetado, que envolve tanto o domínio do sistema alfabético/ortográfico quanto à compreensão e o uso efetivo e autônomo da língua escrita em práticas sociais diversificadas.”
A alfabetização em contexto escolar deve além de trabalhar o conhecimento alfabético, fazê-lo sobre textos em gêneros de circulação social concreta, aos quais são importantes para a prática social, ativa e cidadã dos educandos, o texto torna-se a unidade central do ensino, reforçando o caráter do sentido e da comunicação da linguagem. As práticas de alfabetização e letramento se dêem sobre uma diversidade textual interessante e contextualizada, para que o aluno compreenda a utilidade da escrita e de sua circulação social, visando à formação de leitores competentes e de alunos capazes de dominar a escrita.



Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa no Ensino Fundamental, no que se refere aos objetivos são:



“adquirir progressivamente uma competência em relação à linguagem que possibilite resolver problemas da vida cotidiana, ter acesso aos bens culturais e alcançar a participação plena no mundo letrado” (PCN, 1988)



Desta forma, cabe a escola ter como meta, conciliar a alfabetização e o letramento, ambos processos distintos, porém interligados, o letramento através da interação da criança com diferentes tipos de gêneros textuais e sua participação em atos reais de leitura e escrita e a alfabetização por meio da identificação das relações fonema-grafema, do conhecimento do sistema de escrita e do desenvolvimento de habilidades de codificação e decodificação. Ao utilizar a diversidade textual em sala de aula, o professor deve motivar e valorizar a leitura prazerosa, veículo de sensibilidade e reflexão acerca de nós mesmos e do mundo, com o propósito de um processo ensino aprendizagem numa perspectiva de alfabetizar letrando.